Na Faculdade de Direito, a adaptação para os meios digitais começou através do ensino online e estendeu-se até às provas de doutoramento, sendo as primeiras da Universidade Católica Portuguesa registadas em formato digital.
Quando Ana Ribeiro Costa, assistente da Faculdade de Direito, se apercebeu que teria de defender a sua tese sobre os Riscos Psicossociais na Relação Jurídico-Laboral em diferentes moldes, começou por pensar em estratégias que assegurassem que a apresentação fosse “apelativa para os membros do Júri e demais assistentes, atento o formato em que a mesma viria a ser feita”.
Apesar das particularidades das provas online, a docente reconhece que este formato não alterou a sua preparação para a resposta às arguições, pelo que o maior desafio foi “a falta de proximidade humana”.
Da mesma forma, Ana Teresa Ribeiro, assistente da Faculdade de Direito, reconhece que a primeira reação foi de alívio: “Fiquei bastante feliz por ter podido dar este passo tão importante na minha carreira, sem ter de aguardar que a situação excecional em que nos encontramos fosse debelada”.
Para a docente, não foi necessário fazer muitas alterações à sua apresentação uma vez que a maior diferença não está relacionada com o conteúdo, mas sim com a dinâmica: “Os nossos movimentos corporais, a nossa forma de estar, até inconscientemente, acabam por ser diferentes quando estamos a falar perante um monitor, do que quando nos encontramos perante uma audiência real e perante todos os membros do júri em simultâneo.”
Deste modo, a falta de contacto humano “importante, não apenas durante a prova, mas também depois de concluída” foi um dos maiores desafios na defesa da tese sobre os Desafios Atuais à Contratação Coletiva.
Como moderador da plataforma informática em que decorreram as provas de doutoramento da Faculdade de Direito, Ion Nicolescu também considera que o contacto presencial é essencial neste tipo de eventos, mas reconhece que a realização por videoconferência é uma alternativa a adotar no futuro em circunstâncias específicas, como a impossibilidade de remarcação da prova em regime presencial.
Para o assessor do Centro de Estudos e Investigação da Faculdade de Direito, o aspeto mais positivo desta mudança é a possibilidade de várias pessoas poderem assistir à sessão, considerando que, através dos canais digitais, é possível alcançar mais participantes e, consequentemente, “garantir a natureza pública das provas.”
Ainda que todos reconheçam que o maior desafio deste sistema é a possibilidade de problemas técnicos interferirem no desenrolar da apresentação, acreditam que é uma alternativa viável e uma aposta no futuro.
As candidaturas para o curso de Doutoramento em Direito abrem dia 1 de junho e terminam a 31 de julho.