No dia 18 de julho, a Faculdade de Direito organizou um jantar no âmbito do International Negotiation and Mediation Summer Program, proporcionando aos participantes uma experiência sui generis: desfrutar de uma refeição com uma palestra que com ela estivesse relacionada. Convidados por Azeredo Lopes, docente e coordenador do International Studies Programme, os 46 participantes provaram a célebre francesinha, num evento que sublinhou a importância da gastrodiplomacia como ferramenta da política externa, das identidades e do diálogo intercultural.
Enquanto símbolo identitário, a cozinha e a gastronomia promovem a imagem de um país, de uma região ou de uma cidade. E a escolha da francesinha para o jantar não foi aleatória. Este ícone culinário do Porto, esta sandes extravagante, tem raízes no croque-monsieur francês, simboliza a resiliência migratória do povo português e a capacidade de adaptação cultural da cidade. “Mais do que uma simples refeição, a francesinha é uma verdadeira embaixadora cultural da cidade”.
Destacando a capacidade de a gastronomia transcender barreiras e servir como ponto de ligação entre as diferentes culturas, foi apresentada como exemplo a candidatura conjunta da Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia para elevar o ”Couscous Royal” a Património Cultural Imaterial da UNESCO.
Fazendo jus ao poder unificador da gastronomia, Azeredo Lopes mencionou alguns pratos típicos oriundos dos países de origem dos participantes, como o Ema Datshi do Butão, a moqueca de peixe da Bahia, a poutine do Canadá, a sopa de tripas da Chéquia ou o sarmale da Roménia. “Quantas culturas e tradições culinárias estão representadas nesta sala? Pelo menos quinze!”, enfatizou aos convidados que interagiram com entusiasmo.
Ao provar um pedaço da cultura portuense através da francesinha, os participantes estrangeiros participaram de um momento de integração e construção de laços num mundo globalizado, onde a comida e a bebida foram, nesta noite, um forte elemento de união e diálogo. Viva a francesinha!