A Palestina aos olhos das imagens “opacas” ocidentais

Quinta-feira, February 29, 2024 - 10:29

“Hoje não vamos falar abertamente sobre o conflito” – foram as palavras de Guilherme Blanc, convidado para lecionar uma aula aberta no International Studies Programme (“Arts, International Law and International Relations”). Neste dia 28 de fevereiro, Guilherme Blanc analisou o conflito palestiniano a partir de uma abordagem cinematográfica. Através das lentes de alguns cineastas médio-orientais, o diretor artístico do Batalha Centro de Cinema, proporcionou aos estudantes uma reflexão sobre a perceção e preconceitos de uma guerra que já dura há anos.

Especialista em cinema contemporâneo, o também docente da Escola das Artes evocou o cinema desktop do Médio Oriente que, a partir da tecnologia, humaniza as narrativas de uma Palestina “telegenicamente morta” e inundada por uma “pilha de imagens” ocidentalizadas que apenas evocam a revolta, a morte e a destruição. Desde "When Things Occur" de Oraib Toukan (2016), que aborda o sofrimento à distância através de ecrãs digitais, até " Men Behind the Wall" de Inés Moldavsky (2018), que revela a complexidade das relações sexuais que quebram fronteiras físicas e sociais, a “opacidade” que permeia os pensamentos e a imagética eurocêntrica, também transparece no documentário “The ‘Forensic Architects’ Investigating Gaza”. Com efeito, através de uma base de dados de imagens de Gaza, o projeto de investigação ‘Forensic Architects’ demonstra a pouca transparência do discurso político israelita sobre o conflito de 2014.

Refletindo sobre o pensamento de Susan Sontag de que uma grande quantidade de imagens pode tornar os espectadores menos sensíveis ao sofrimento humano, Guilherme Blanc concluiu a Open Class destacando a necessidade de uma análise ética e intelectual sobre as imagens mediáticas do conflito palestino-israelita.

Com uma variedade de convidados de diferentes origens pessoais e profissionais, estas aulas abertas fomentam e encorajam o pensamento crítico, contextos interdisciplinares, e uma abordagem abrangente e humanista tanto do Direito Internacional como do Direito Europeu e das Relações Internacionais.

 

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