Todos os anos, dezenas de estudantes preparam o término do 2º ciclo de estudos com a defesa da dissertação de mestrado.
Depois de dois semestres de fase letiva e um semestre dedicado à dissertação, é altura de organizar todo o trabalho de investigação de uma forma coerente e apelativa.
De forma a auxiliar os nossos estudantes a criar uma defesa de dissertação de mestrado de sucesso, pedimos à Professora Conceição Cunha que nos apresentasse 3 sugestões:
- Estudar o seu trabalho como se fosse o/a arguente
Deve ler a sua tese com sentido crítico, colocar-se no lugar de um avaliador e tentar antecipar eventuais críticas. Deve ler a sua tese como se não fosse “sua” para ver se está tudo percetível, se os argumentos usados são bem explicados e que contra-argumentos se poderão esgrimir. Quanto mais exigente for, melhor conseguirá prever correções, reparos, críticas. A partir daí poderá também preparar respostas, sendo útil que aponte as críticas e as respostas. Penso que este será um bom treino para as suas provas. Porém, não deverá ficar preocupado/a por encontrar erros e possíveis críticas – não há trabalhos perfeitos nem argumentos invencíveis! E também deverá evitar ficar demasiado preso à sua preparação. No momento das provas deverá estar atento aos reparos que lhe são feitos, que poderão coincidir ou não com os que previu… mas, na verdade, se conhece bem a sua tese e se a viu com sentido crítico, quer os reparos do arguente coincidam ou não com o que antecipou estará preparado para explicar a sua perspetiva. Penso, ainda, que para haver uma boa defesa não é necessário que tenha sempre argumentos para defender o que sustentou na tese – também é necessário saber reconhecer os erros (se os houver).
2. Tentar manter sempre a calma
Quer na preparação, quer no momento das provas. Nas provas, vá apontando o que lhe disserem para depois não se perder. No momento da resposta, poderá começar pelos aspetos em que se sente mais seguro, assim, ficará mais calmo/a.
3. Decidir fazer uma apresentação inicial depende sempre de si
Quanto a fazer ou não uma apresentação inicial não tenho “receitas”: se lhe parece que tal apresentação o/a ajudará a descontrair, faça-a; se, pelo contrário, vai ser um fator de preocupação, prescinda da apresentação. Esta apresentação será mais útil se houver algo importante para acrescentar ao que está na tese – por exemplo, se, entretanto, houve uma alteração legal relevante ou uma obra de referência sobre o tema que foi publicada; neste caso, mostrar que se manteve atualizado/a valorizará a sua prestação.
Com o intuito de dar visibilidade ao resultado da investigação, todos os anos são publicadas as dissertações de mestrado que obtiveram as mais elevadas classificações num Yearbook digital que pode ser consultado de forma gratuita.