Artigo de opinião por Azeredo Lopes, docente da Faculdade de Direito.
A Ucrânia vai deixando de nos ser tão próxima como já foi, menos irmã, mais prima afastada que tende a aparecer nas ocasiões mais inconvenientes.
O conflito lá vai andando, vá lá que agora com um pouco mais de diversidade, espraiado entre Ucrânia e Rússia, entre Kursk e Pokrovsk. O risco continua a ser a rotina e o enfado. A Ucrânia, sem estas iniciativas espetaculares, vai deixando de nos ser tão próxima como já foi, menos irmã, mais prima afastada que tende a aparecer nas ocasiões mais inconvenientes. Nem a reação é estranha, nem por outro lado seria avisado diminuirmos o apoio que damos à Ucrânia, e muito menos acreditar que tudo se resolve de uma penada com a ação de um líder providencial (sim, estou a pensar em Donald).
Desde fevereiro de 2022 (podíamos recuar a 2014), estão quase transcursos dois anos e meio de hostilidades, com centenas de milhares de combatentes mortos, além de mais de 11.500 civis. A destruição material é absurda, o custo da reconstrução será doloroso e durará décadas.
Entretanto, como num daqueles carrosséis antigos e ronceiros, os estados de humor dos apoiantes da Ucrânia vão para cima e para baixo, alternando entre a euforia inebriante e a depressão. No discurso público, Churchill foi invocado mais vezes do que consegui registar, quase sempre a despropósito. Hitler e Estaline foram trazidos à liça ainda mais, e nem Neville Chamberlain conseguiu escapar a este desígnio, tantas vezes usado como arma de arremesso para desqualificar a diferença de opinião.
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