João Sampaio Costa: “O que distingue a Católica é a aprendizagem de proximidade.”

Quinta-feira, Junho 13, 2024 - 10:08
Fotografia de João Sampaio Costa

João Sampaio Costa tem 22 anos, é natural da Guarda e é estudante da licenciatura em Direito da Faculdade de Direito – Escola do Porto da Universidade Católica Portuguesa. É fundador do CLEAF, o Clube de Literatura, Escrita, Arte e Filme, um grupo académico da Católica que pretende reunir os estudantes que querem explorar as várias dimensões da Cultura. Próximo destino? Japão, em mobilidade internacional. Boa viagem!

 

Porquê escolher a licenciatura em Direito?

Escolhi Direito, embora também tivesse o entusiasmo com a Ciência Política e com as Relações Internacionais. No fundo, nestas áreas o que me interessa é a forma como as pessoas se organizam na sociedade, seja através de processos ou de instituições.

 

Dentro do Direito que áreas têm despertado mais interesse em si?

A propriedade intelectual! Dentro da área da propriedade intelectual, interesso-me muito pelo Direito de Autor. Talvez porque eu próprio escreva muito. Interessa-me perceber como é que eu protejo as minhas obras e as de outros autores e artistas.

 

“O ADN jurista é um programa inovador da Católica.”

 

No próximo semestre vai fazer mobilidade internacional.

Vou fazer mobilidade para o Japão. A cultura do Japão interessa-me muitíssimo. Leio mangá, vejo anime e todos os origamis que estão espalhados pelo campus fui eu que os fiz. O Japão fascina-me muito. Têm uma cultura muito peculiar. A filosofia associada ao Japão é das coisas que mais me interessa. É parte da razão pela qual eu quero ir lá. Vou fazer cadeiras mais associadas à filosofia e às artes, literatura e escrita criativa.

 

Qual é a primeira coisa que vai fazer quando chegar ao Japão?

Trajar e provar saqué! Tenho muita curiosidade. É uma bebida alcoólica fermentada tradicional do Japão.

 

É o fundador do Clube de Literatura, Escrita, Arte e Filme (CLEAF). Em que é que consiste?

Este clube já está a ser pensado há algum tempo, mas, oficialmente, nasceu este semestre. O grande objetivo é reunir as pessoas que se interessam por estas áreas. O CLEAF é um grupo académico que quer ser um lugar que acolhe todos os que querem falar e partilhar sobre Arte, Literatura, Cinema e outras formas de Cultura. Sempre estive muito ligado a grupos académicos e senti que na Católica havia espaço para este clube.

 

Que atividades é que o CLEAF propõe?

Vamos organizar clubes de literatura, workshops de poesia portuguesa, de sonetos e até poesia japonesa, vai existir também uma plataforma onde os associados podem publicar os seus textos e poemas, vamos promover workshops de origamis, de pintura, bordados e modelagem. Vamos também querer fazer a transmissão de alguns filmes. Estamos muito entusiasmados com todo o potencial que o CLEAF tem. Estamos satisfeitos por podermos contribuir para algo tão importante e por estarmos a promover algo que vale a pena e que tem impacto na Católica e nos seus alunos.

 

De onde é que surge este seu interesse pela cultura e pelas humanidades?

O meu pai é a minha maior influência. O meu pai pinta desde muito cedo e sempre me emprestou vários livros. E se eu queria algum que ele não tinha, não descansava enquanto não me arranjava. Apesar da sua área de trabalho ser a gestão industrial, é muito dado às artes, pintura, desenho e moldagem.

 

O que é que distingue a Universidade Católica?

A aprendizagem de proximidade! Os professores estão sempre a desafiar-nos e a acompanharem-nos no nosso percurso.

 

Participou no programa ADN Jurista da Faculdade de Direito – Escola do Porto. De que forma é que isso marca o seu percurso?

O ADN jurista é um programa inovador da Católica que trabalha o estudante para ser uma pessoa eficaz. Trabalhamos a nossa postura, a nossa fala, a maneira como escrevemos, apresentamos e argumentamos. Tudo isto são competências úteis na sala de aula, mas são especialmente úteis para o resto da nossa vida, este programa marcou muito o meu percurso académico e estou grato à Católica por desenvolver este género de programas.

 

“Move-me a vontade de transformar o mundo.”

 

Também integrou outros grupos académicos como a Sociedade de Debates. Porque é que o Associativismo é tão importante para si?

Acredito que sozinho não posso fazer nada, por muito competente que possa eventualmente ser. Acredito na força do coletivo e o associativismo é isso mesmo. Gosto que um objetivo comum mobilize toda uma equipa. É do trabalho de equipa que podem nascer soluções excecionais. Em equipa os resultados perduram, ganham força e sentido.

 

Planos para quando regressar do semestre no Japão?

Quero fazer o Mestrado em Direito aqui na Católica e especializar-me na área da propriedade intelectual, do cibercrime e tecnologia. Se serei advogado, magistrado ou até outra opção como a consultoria, não sei ainda. Vou levar todas essas questões comigo para o Japão. Sei que, independentemente do que for, tem de ser algo que me desafie muito e que me obrigue a ler, a estudar e a investigar.

 

O que é que o move?

A vontade de transformar o mundo e de o impactar de alguma forma.

 

Livros marcantes?

O Livro do Desassossego de Bernardo Soares, Fernando Pessoa. Marcou-me muito. O meu livro favorito de sempre chama-se Zen and the Art of Motorcycle Maintenance, do autor Robert M. Pirsig. Já li este livro umas 5 ou 6 vezes. O livro relata uma viagem entre um pai e um filho de mota pelos Estados Unidos. É um ensaio sobre a beleza de conduzir. Influenciado por este livro, comecei agora a tirar a carta de mota (muitos risos).

 


Pessoas em Destaque é uma rubrica de entrevistas da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto.