A Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos é a primeira formação interdisciplinar oferecida em Portugal no âmbito da teoria e da prática dos direitos humanos.
Conversamos com os coordenadores sobre o curso que reúne contributos das áreas do Direito, da Educação, da Economia Social e da Psicologia:
Desde a sua 1ª edição, que alterações é que foram introduzidas no curso?
Catarina Santos Botelho (CSB): Desde a 1.ª edição, o curso foi sendo aperfeiçoado, no sentido de incluir temáticas que respondam à necessidade de formação dos estudantes. Em especial, o corpo docente tem assumido gradualmente uma maior internacionalização. Esta internacionalização do corpo docente é muito relevante para dar eco à dimensão global dos direitos humanos.
Filipe Pinto (FP): O curso evoluiu para a possibilidade de os alunos o poderem frequentar em duas modalidades: online ou blended. E, independentemente da modalidade, insistimos em facilitar oportunidades de aprendizagem com impacto, através de diferentes perspetivas sobre as temáticas, proporcionando experiências significativas e metodologias variadas.
Mariana Barbosa (MB): Desde a 1ª edição, procurámos também integrar mais profissionais que trabalham no terreno no nosso corpo docente, garantindo uma formação sólida em direitos humanos, mas promovendo o foco no terreno e o contacto dos nossos alunos com a prática.
Quais são os maiores desafios nesta área?
CSB: Um dos maiores desafios é a efetividade prática dos direitos humanos e tornar realidade as legislações internacionais, regionais e nacionais de defesa e promoção dos direitos humanos.
FP: Uma abordagem interdisciplinar, associada à resolução de problemas ligados à violação dos direitos humanos, é, não só um desafio, mas uma necessidade urgente. A passagem de visões fracionadas para o uso de “lentes” multidisciplinares e integradoras é determinante para compreendermos e atuarmos melhor sobre a atualidade complexa e em permanente mutação em que vivemos.
MB: Passar da teoria à prática, e das intenções às ações. O foco no terreno, e no desenvolvimento de um projeto de intervenção ao longo da Pós-Graduação, tem como objetivo ajudar os alunos a superarem esse desafio.
Sentem que é uma área que, mesmo apresentando diversas oportunidades, ainda não foi devidamente explorada no seio do direito e da psicologia?
CSB: Sim, e sobretudo nesta dimensão interdisciplinar, a formação que oferecemos é inovadora no plano nacional.
MB: Concordo inteiramente, também no caso da psicologia. São cada vez mais os profissionais de psicologia a trabalhar em contextos de exclusão social, de intervenção em crise e emergência, e humanitária. Torna-se fundamental proporcionar-lhes formação específica sobre a intervenção psicológica nestes contextos, assim como formação interdisciplinar, em áreas como a educação, o direito ou a economia.
Esta pós-graduação é uma iniciativa conjunta da Faculdade de Direito, da Faculdade de Educação e Psicologia e da Área Transversal de Economia Social da Universidade Católica Portuguesa.