Estágios Curriculares: a ligação à prática jurídica

Quarta-feira, Abril 14, 2021 - 10:22

A Faculdade de Direito e o serviço de Estudantes e Empregabilidade possibilitam a realização de estágios curriculares facultativos, que podem decorrer em qualquer período do ano.

No ano letivo de 2016-2017, Antónia Fontes de Almeida realizou um estágio curricular na Sociedade de Advogados Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados.

Agora, enquanto docente na instituição onde se formou em Direito, recorda a sua primeira experiência profissional:

Como resume a sua experiência?
Os estágios curriculares são uma oportunidade fantástica para, enquanto alunos, percebermos o que é esperado de nós aquando da entrada no mercado de trabalho. Consequentemente, por ter feito um estágio curricular, quando iniciei a minha vida profissional, tinha já uma noção de como se desenvolve o trabalho de um jurista. 

No meu caso em particular, o estágio curricular foi bastante proveitoso, pois ao permitir-me ter contacto com a advocacia praticada numa sociedade de advogados, revelou-se essencial para eu determinar o que queria fazer assim que terminasse a Licenciatura em Direito. Isto porque, enquanto aluna finalista senti necessidade de perceber qual seria o rumo profissional que iria trilhar e o estágio foi fundamental para me ajudar na resolução de algumas indecisões. 

Que competências é que desenvolveu?
O estágio curricular foi, para mim, uma grande aprendizagem, tanto curricular, como pessoal. Durante o estágio curricular temos a oportunidade de desenvolver e aperfeiçoar competências que são adquiridas durante a licenciatura, mas, na verdade, conseguimos adquirir e desenvolver outras tantas que acabam, naturalmente, por não ser apuradas durante o curso. A capacidade de pesquisar e sintetizar informação e de enquadrar juridicamente um determinado problema que nos é colocado são algumas das competências que pude apurar durante o estágio curricular e que se revelaram fulcrais na minha vida profissional.

Neste contexto, senti que adquiri uma grande desenvoltura no meu raciocínio e na exposição de temas jurídicos e apurei o meu sentido de responsabilidade. 

Adicionalmente, as relações que fui estabelecendo durante o estágio, permitiram-me desenvolver competências pessoais, igualmente essenciais no mercado de trabalho, relativas ao relacionamento interpessoal num ambiente de trabalho.

O estágio alterou a sua perceção sobre a prática jurídica?
Alterou, sem dúvida alguma. O estágio curricular permitiu-me desfazer a ideia totalmente errada que tinha sobre o trabalho desenvolvido por um advogado, porquanto tive a oportunidade de compreender a dinâmica que implica trabalhar numa equipa que está em constante interação. Em acréscimo, pude perceber também que não há monotonia na prática jurídica e que um jurista enfrenta novos desafios todos os dias, os quais exigem uma resposta rápida e assertiva, o que implica perspicácia, muito estudo, trabalho e dedicação.

Sente que as disciplinas práticas da Licenciatura em Direito desempenham um papel importante na ligação entre a teoria e a prática?
As disciplinas práticas da Licenciatura em Direito têm um papel essencial na ligação entre teoria e prática, pois exigem que os alunos sejam capazes de, numa menor escala, desenvolver um trabalho semelhante àquele que é exigido a um jurista. 


Na próxima semana partilharemos o testemunho de um estudante que realizou um estágio curricular no âmbito do programa ADN do Jurista.