Entre os dias 9 e 10 de novembro, a Universidade Católica no Porto acolheu o Rumo – Evento de Empregabilidade no qual se integrou o Rumo – Advocacia, destinado a todos os futuros profissionais do Direito.

Através da presença de stands de diversas Sociedades de Advogados, os estudantes tiveram a oportunidade única de esclarecer dúvidas acerca de modalidades de estágio, assim como assistir a palestras e workshops que os muniram de alguns ensinamentos úteis para o início da sua atividade profissional.

Company Spots: o primeiro contacto com Sociedades de Advogados

Em formato presencial e digital, os estudantes conheceram o dia-a-dia de diferentes organizações.

Desde o panorama atual de recrutamento na área jurídica, passando pelos diferentes tipos de estágios que são oferecidos, até aos perfis que são procurados nos novos talentos, não faltaram temas de conversa que despertaram o interesse de estudantes da área jurídica.

O que procuram os estudantes na sua primeira experiência profissional

Uria Menendez - Proença de Carvalho
“Os alunos estão interessados nos estágios que são divididos em quatro rotações: uma obrigatoriamente em Contencioso e as outras três nas áreas que mais gostam ou que sentem que mais pode contribuir para a sua formação enquanto profissionais.”
Tomás Pereira Carneiro, Advogado estagiário

CCR Legal
 “Temos tido candidatos mais exigentes com aquilo que procuram para si mesmos, nomeadamente a compatibilidade do trabalho com a vida pessoal.”
Ana Pinto Nunes, Advogada

O que procuram as Sociedades de Advogados nos futuros profissionais do Direito

MLGTS
“Para os novos advogados estagiários, a Sociedade aposta na diversidade como forma de enriquecimento, considerando que há determinadas competências técnicas e humanas indispensáveis, tais como: excelente formação humana e académica.”
Patrícia Matias, Assistente de Recursos Humanos

Antas da Cunha Ecija
“Os alunos querem saber se o currículo académico e, nomeadamente, a média é o que importa mais. Neste caso, não é. Valorizamos muito as experiências que vão além do currículo académico.”
Isabela Botelho, Advogada estagiária

Pacheco de Amorim, Miranda Blom & Associados
“Neste momento a sociedade procura pessoas determinadas, com capacidade de solucionar problemas em contexto real e que sejam capazes de aliar teoria à prática. Admitimos para estágios alunos a frequentar a licenciatura, com a licenciatura já realizada e alunos de mestrado. Caso tenha realizado a licenciatura, é necessário que tenha feito a cadeira de contratação pública, ter gosto e aptidão para o direito público, e, idealmente, estar a frequentar (ou ter frequentado) o Mestrado em Direito Administrativo.
Catarina Barbosa, Administrativa

Linklaters
“A Linklaters procura alunos que se esforcem por obter bons resultados académicos e que procurem continuamente desenvolver os seus conhecimentos e competências. Valorizamos alunos que procurem conciliar os seus estudos académicos com outras atividades, nomeadamente a participação em Moot Courts, em atividades associativas e a realização de estágios de curta duração para terem contacto com a prática. Os conhecimentos de inglês também são valorizados.”
Ana Leandro, Assistente de Recursos Humanos

Telles Advogados
“A TELLES valoriza candidatos que tenham uma formação sólida, mas também um elevado conhecimento da realidade da prática da advocacia na atualidade, com bons conhecimentos do mercado comercial e empresarial, onde maioritariamente atuam. Em sintonia com um bom percurso académico, um estudante de Direito deve demonstrar curiosidade e interesse para com um “mundo” que está em rápida mudança e fortes competências para trabalhar em equipa na procura de soluções jurídicas criativas.”
Cláudia Correia, Diretora de Recursos Humanos

Garrigues
“Procuramos estudantes com um excelente currículo académico, domínio do inglês, experiência internacional, capacidade de resolução de problemas e de trabalho em equipa, bem como uma atitude proactiva em relação à sua própria aprendizagem ao longo da sua futura carreira profissional.”
Carmen Povedano, Assistente de Recursos Humanos

Grupo MCA
“É muito importante o trabalho em equipa, a pessoa tem de ser esforçada e aplicada para que não seja comprometido o prazo de entrega. É preciso visão e flexibilidade para hoje estar a desenvolver um projeto em Portugal e amanhã ter a oportunidade de lidar com projetos noutras áreas geográficas.”
Ana Costa, Desenvolvimento e Gestão de Pessoas

Café com Direito: a partilha de quarto perfis profissionais diferenciadores

Cada um dos convidados partilhou o seu testemunho sobre as diferentes etapas e decisões da sua jornada profissional, desde a escolha da licenciatura em Direito até ao momento presente.

Catarina Fernandes, Area Leader of Learning, Development and Inclusion na Sonae MC, reconhece que poderia ter feito um Gap Year depois de terminar os estudos: “traz uma maturidade e uma forma de olhar para o mundo que pode ser muito útil.”

Acrescentou, ainda, que uma das competências mais importantes em qualquer área é “desaprender e aprender alguma coisa.”

Ainda que Daniel Castro Neves, Advogado na Sérvulo & Associados, entenda que uma pausa possa ser benéfica, acredita que os estudantes devem “ambicionar sempre mais”.

Ainda sobre esta temática, Carmen Rocha, Jurista na Bright Compass e designer, atenta que a mudança torna-se “um hábito bom” e que não deve ser temida.

Sobre o curso de Direito, a alumni Sónia Isidro, jurista na Câmara Municipal de Gondomar, partilhou que a formação académica lhe deu “a capacidade de reinvenção”, assim como “aprender a ver além do óbvio”.

Debate acerca do acesso à Advocacia com Constança Urbano de Sousa e Duarte Nuno Correia

Para o segundo dia, ficou reservada uma reflexão sobre os moldes presentes de acesso à advocacia, tendo em conta o modelo futuro no acesso à profissão, dada a mais recente proposta de alteração delineada pela Ordem dos Advogados, que passaria a exigir a realização do mestrado para inscrição na Ordem .

À distância, a Professora de Direito e deputada Constança Urbano de Sousa, explicou que não percebe de que forma é que os mestrados, que são “essencialmente académicos”, contribuem para um melhor exercício da profissão de advocacia.

A Deputada à Assembleia da República referiu ainda que se os mestrados fossem vocacionados para “o saber fazer”, seria uma decisão legitima avançar com a proposta.

Em representação da Ordem dos Advogados, Duarte Nuno Correia expôs que um bom advogado precisa sempre de uma “boa base académica”, que vai além da prática.

Já Maria Santos, Vice-presidente do Departamento Desportivo e de Saúde da AEFDUCP, concorda que a formação é essencial, mas considera que poderá ser feita ao longo da vida: “não é preciso iniciar um novo ciclo de estudos para poder iniciar a profissão. Há muitas pessoas que não têm os meios financeiros para fazer um mestrado e isso faria com que a advocacia se tornasse uma profissão menos acessível.”

Miguel Gagliardini Graça: a jornada profissional de um Diplomata e Ministro Plenipotenciário

De volta à Universidade Católica onde se formou em Direito na Escola do Porto, Miguel Graça foi o orador da última palestra virtual.

Através do convite da Associação dos Antigos Alunos de Direito, o Diretor do Gabinete Executivo do Secretário-Geral da ONU aproveitou o momento para explicar quais são as cinco funções que um diplomata desempenha: “é representante do país no estado acreditante ou organização internacional, garante a proteção dos interesses do país e dos seus nacionais, faz a negociação com outros estados e organizações internacionais, informa através de análise da evolução dos acontecimentos e faz a promoção das relações políticas, económicas, culturais e cientificas.”

Balanço positivo para os estudantes

Para Daniela Torres, alumni da Licenciatura em Direito, o evento ajudou-a a perceber quais são as saídas profissionais mais atrativas: “Quis conhecer quais são as empresas e sociedades presentes, bem como descobrir o que procuram num recém-licenciado e encontrar um local para estagiar futuramente.”
 

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